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Culpa...

Ontem um sentimento muito estranho tomou conta de mim: CULPA.

Desde que estava grávida eu sabia que a pequena iria para o berçário e a separação não foi tão ruim como pintavam. Na realidade, me sentia tranquila e feliz por ter um tempo meu, trabalhar, conversar coisas que não fossem: fralda, cocô, refluxo, horas sem sono. E também me sentia feliz porque via o quanto a Ana estava se desenvolvendo e como ela estava feliz com os coleguinhas. Daí, veio a mudança de escola que virou minha vida de ponta cabeça, mas passou. Foi fase. Ela se adaptou e eu também.

Acontece que ontem, depois de duas semanas em casa devido a nova gripe, a baixinha voltou pra escola. Ela foi toda contente e eu saí aliviada por ver que ela não havia esquecido da escola, da profe e dos coleguinhas. Quando fui busca-la, tomei um balde de água congelada na cabeça. A profe me contou que ela passou o dia todo quietinha, no canto dela e que não quis saber de brincadeiras. Quando eu cheguei, ela me viu e chorou sentida. Do tipo: "Como você pode me deixar aqui?" e o meu coração rasgou feito papel. Foi horrível. A única coisa que consegui fazer foi abraçar a pequena bem forte e falar: "Mamãe está aqui!". De brinde ela ainda ganhou um roxo na bochecha... caiu e bateu em um brinquedo.

Coloquei ela no carro e diferente dos outros dias, ela estava calada. Com o olhar distante. Tentei fazer umas palhaçadas, ela sorriu, mas aquele sorriso fraquinho, que a gente só dá pra não perder o amigo. E segui o caminho, remoendo as coisas que a profe disse e o choro sentido da minha filha.

Cheguei em casa, resolvi algumas pendências domésticas, fiz janta, mas me sentia estranha. O Rafa quando chegou percebeu o quanto eu estava longe, submersa em meus pensamentos, me sentia moída. Sem saber exatamente o que pensar, o que fazer. Na realidade, eu sei o que fazer: ficar com minha filha em casa. Mas essa é uma decisão que não pode ser tomada assim, de uma hora para outra. Eu e o Rafa temos contas, planos, compromissos que firmamos e que dependem do que eu ganho também. Não tem como eu parar e ficar em casa. Por outro lado, sei que também não aguentaria, ficaria deprimida, faria mal a mim e até à Ana. OOOOOOOO vida!

Hoje quando fui deixar ela na escola, ela chorou. Não queria ficar, estendeu os bracinhos e me chamou. PQP! Tentei sorrir, mas queria mesmo era SUMIR. A profe fechou a porta e eu pude ouvir que ela parou de chorar. Lógico que já liguei na escola, a pequena não quis a frutinha da manhã e ficaram de me avisar se ela recusasse o almoço. Mas hoje vou pega-la mais cedo porque ela tem médico, e depois vou grudar na pequena igual carrapato.

Não sei expressar exatamente o que sinto, só sei que hoje estou com o peito apertado, distraída demais, meu trabalho mal rendeu. Torço para que isso seja somente uma fase, para que isso passe, mas pela primeira vez, acho que estou me enganando... Será?

Comentários

Pri disse…
Olha, é difícil e nem sei o que dizer.
O João sempre ficou no berçario, desde os 7 meses. Me deu trabalho por uma semana depois das férias. Ele já tinha 1 aninho. Depois disso nunca mais. Nessa semana que passou eu sofri horrores. Com a Alice, na adaptação, eu já pensei em tirar kkkkk.
Mãe sofre muito, sofre mesmo.
O problema é saber, o que fazer? Pq criança só lembra das coisas traumatizantes da vida, ao mesmo tempo que esquecem tudo né?
Força ai e pede a Deus uma ajudinha. Ele sempre dá.
Beijocas e força!!
Vivi Corrêa disse…
Ai Amiga que dureza né

Mas calma , isso vai passar logo , ela vai voltar a se adaptar e pronto..

vc leva em conta que ficou em casa e depois no primeiro dia caiu batei a bochecha e mamãe não tava , ela deve te sentido ..

seja firme , mostre segurança pra ela ..ela precisa disso agora ..

boa sorte amanhã .

bjoss
Cris disse…
Poxa, Fábi, que difícil. São sentimentos ambíguos, vc sabe o que fazer e ao mesmo tempo acha que não faria bem a vc, nem a pequena, e como vc disse, tem tb o lado financeiro, os planejamentos. É dificil tomar uma decisão mesmo.
Não sei o que faria no seu lugar. Mas, pensa assim, vc tá na rua (trabalhando) pelo futuro dela, e ela voltou das férias de 2 semanas, que pra ela é um monte de tempo, ela precisa se adaptar de novo, ela taa em casa, com as coisinhas dela, por duas semanas seguidas.
Sempre volta de férias é assim. Lucas até hoje choraminga.
Ele foi para o berçário com 10 meses, diferente da Lu que foi só com 2 anos e 8 meses. E eu me culpava um mote, sabe? Por achar ele tão pequeno pra estar lá, mas eu precisar retomar a faculdade a todo vapor, por eles, era esse meu combustível, focar no melhor pro futuro deles.
E todo o tempo que temos juntos, eu procuro aproveitar ao máximo possível, me dou por inteira. Me desligo. Acredito na qualidade do tempo e não na quantidade dele.
E, acho que deves ensar assim, que agora, ela se readaptará a nova rotina de novo, e tu só está se sacrificando e sacrificando os dias ao lado dela, inteiros, por ela, por vcs, enquanto família.
Uma dica, que a minha psicanalista (desde a época que engravidei da Lu) me disse sempre é: "Explica sempre o motivo da tua ausência, o motivo da rotina deles, e deixa claro que, mesmo não estando juntos o tempo todo, eles poderão contar contigo 24hs, eles são a prioridade na tua vida, nunca subestime teus filhos, conversa, mesmo desacreditanto que eles possam estar entendo."
E foi assim que fiz sempre. Alivia a angústia, passa segurança pra eles e de certa forma, dá aquele conforto pra nós, nos momentos de culpa.
Não fica mal, tu é uma ótima mãe.
Acompanha ela nesses primeiros dias, que pra ela serão mais difíceis, por gostar tanto (como toda a criança) de ficar em cass, protegida com a família.
Boa sorte, tá? E força nesse coraçãozinho!
Beijos!
Anônimo disse…
Lindona, ia te pedir pra nao ficar assim, mas eu sei que eu posso passar por isso quando for a minha vez de deixar meus pequenos na escola. Gostaria de estar ai para te dar um abraco bem apertado. Grude bastante nessa baixinha linda e aproveite todos os momentos juntas.
Beijos, minha perua!
Meninas, obrigada pela força!

Hj, mais uma vez, ela abriu o berreiro na hr de ficar na escola. Meu coração tá apertado, minha cabeça a mil... Conversei com a pediatra dela ontem, ela me falou que é adaptação e que vai passar. Mas confesso que estou quase tendo um ataque por conta disso. Enfim, vou torcer pra passar logo!!!
Beijokas
Ju disse…
Essa culpa n te pertenceeeeeeeee!
Todo mundo tem seus diazinhos ruins, inclusive as crianças! N fique assim... logo passa, ela gosta da escola, dos amigos, da profª, c certeza vai ficar bem!!!
Bjooooooooo

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