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Monstro Verde do Ciúme...


É... ele me pegou! De um jeito que eu não esperava, me fazendo agir de forma estranha. Sabe quando a gente tentar ser natural e parece que está levando choque e TODO MUNDO percebe o seu desconforto?! Pois é... bem desse jeito!


Desde que a Ana Luiza nasceu eu só manifestei esse ciúme doente quando ela tinha alguns dias de vida e a namorada de um cara que trabalhava com o Rafa pediu pra pegar a Ana e eu quase voei na jugular da menina. Foi estranho, quase surreal. Parecia que minha (grande) boca tinha vida própria e falava sem o meu consentimento. Explicando:


1. Eu nunca tinha visto a criatura.

2. Não vi ela lavar a mão assim que chegou na minha casa.

3. Eu ainda estava em recuperação, com hormônios totalmente malucos saltando dentro do meu corpo.

4. Ana Luiza estava dormindo.

5. Admito, não fui muito com a cara dela.


Então, eu até que tinha algumas razões para agir feito uma maluca. Tudo bem, eu merceço e me dou um desconto.


Mas voltando aos dias de hoje. Algumas semanas atrás fui buscar a Ana na escola e tinha outra mãe do meu lado. Tá, td bem. Conversamos e descobrimos que nossas filhas estão na mesma sala. Daí, a profe trás as duas. Qual não é a minha surpresa, quando a Ana Luiza não me deu bola e foi correndo pro colo da mãe da menina? Pior, quando fui pegá-la, ela me ignorou e ameaçou chorar. Sabe quando vc se sente o verme do cocô do cavalo do bandido? Então, foi assim que eu me senti.


Na festinha de dia das Mães, ela fez a mesma coisa. Só queria ficar no colo da mãe da amiguinha. E, eu, mais uma vez tive que segurar a possessão demoníaca do ciúme que estava tentando se apossar do meu corpo. Porra?! Bem na MINHA festinha. Só pode ser sacanagem. Consegui me controlar, fazer cara de paisagem morta, sorrisinhos amarelos e quando a festinha acabou fui pra casa e fiquei remoendo isso dentro de mim.


Ontem, quando fui pegá-la, a mãe da amiguinha estava lá. A profe trouxe as duas juntas. Ana Luiza me ignorou, correu pra outra mãe, pulou no colo dela. Senti meu rosto ficar vermelho, roxo... de frustração, raiva e, sim, ciúmes. O monstro verde estava quase pulando pelos meus olhos. Quando chegamos no carro, Ana Luiza pendurada na mãe da amiguinha, foi escândalo garantido, com direito a platéia e constrangimento. Fui pegar a Ana, ela grudou na outra, gritava, chorava. A outra mãe, super sem graça, lógico, se ofereceu pra levar as duas no carro dela até em casa. Prontamente eu respondi que não, catei a baixinha enfurecida, abri um sorriso amarelo e coloquei ela no carro no meio do berreiro. E assim, praguejando e chorando, fomos pra casa.


Quando finalmente estava no MEU território, eu desabei. Sentia um troço ruim dentro de mim, uma fúria, uma frustração, um questionamento sem tamanho. Me perguntava o motivo de tanta rejeição e chorei. O resto da noite fiquei muda, sem conseguir sorrir ou brincar. Sabia que estava agindo errado, que a criança é a minha filha, que eu sou mãe, adulta e que deveria saber me controlar, lidar com meus sentimentos, mas eu estava puta da vida. Por que a minha filha preferia ficar com outra mãe? Será que eu não sou boa o bastante? Será que eu dou choque? Sou uma carrasca? Aquelas perguntas não paravam de ecoar na minha cabeça, o monstrinho verde fez estrago.


Mas na hora de dormir, a minha pequena veio pertinho, pediu "upa da mamãe", deitou a cabeça no meu colo, pediu carinho. Ainda estava triste, com ciúmes, frustrada. Mas engoli tudo aquilo, peguei a minha filha no colo e fiquei alisando seu cabelo, sentindo seu cheirinho. Tentando fazer aquele momento ruim desaparecer. Ela dormiu segurando a minha mão, parecia segura e mais uma vez eu chorei. De vergonha por não saber lidar com meus sentimentos, por ter deixado o ciúme ter tomado conta.


Ainda não entendo o que realmente acontece em relação a outra mãe, sabe?! A Ana adora ela e, pior, eu também. Como nossas filhas ficam na mesma sala a gente sempre conversa, troca idéia e ela é um amor de pessoa. Querida, simples, simpática. E, em todos os momentos de constrangimento, ela agiu de todas as formas pra não me deixar ainda mais desconfortável. Oh, céus!


Sei que essas cenas ainda podem se repetir e eu vou ter que aprender a lidar com isso, nem que seja buscando ajuda de um terapeuta, padre ou exorcista. Hehehehe!


Desculpem o super texto e super desabafo, mas aceito ajuda, tá?! Alguém já passou por isso?


Beijosss.


Uma mãe doente de ciúmes... hehe

Comentários

Pri disse…
Poxa... que situação!!

Mas olha, nós estamos aqui, nesse mundão para aprender, tudo é aprendizado. E é através das nossas raivas, medos, frustrações, inseguranças que nós vamos lidando e colocando alguns pontos, algumas vírgulas, algumas exclamações nos nossos sentimentos.
Um beijo e força!!!
Mariane disse…
Fá, eu nunca passei por isso, mas se um dia acontecer com certeza terei a mesma reação que vc no mínimo!
Fica mais triste não querida! e nem se questiona mais, é óbvio que vc é uma super mãe!
beijos e bom findi!
Daniely disse…
Eu ainda nao me vi em uma situacao parecida, mas creio que se um dia vier a acontecer comigo, eu teria a mesma reacao que voce. Quando os meninos nasceram, fiquei super galinha choca, nao gostava que ninguem pegasse ou ficasse de nhenhenhem em cima da minha cria.
Mas agora que passou e voce conseguiu colocar pra fora do peito, lindona, deixa isso pra tras e curte tua princesa lindona que te ama muuuito!
Beijooooos

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