
"Saudade, palavra triste quando se perde um grande amor... Na estrada longa da vida, eu vou chorando a minha dor..."
Hoje acordei com uma música na cabeça e com uma imagem também. A imagem da minha mãe. Lembrei quando era pequena e acordava com os sons da cozinha, a voz da minha mãe, cantando. Mas a casa estava em silêncio. Sem sons. Justo hoje, quando passo por um momento tão delicado, um momento tão meu que pode mudar tudo e também pode não mudar nada. Ai, mãe, por que vc teve que ir? Por que você não está aqui comigo pra me dar colo, quando a única vontade que tenho é chorar e ser filha novamente?
Achava que era forte, que não sentiria tanto a sua falta. Mas desde que você foi, eu fiquei meio sem norte, sem rumo. Daí, me tornei mãe. Achei que estava completa, mas sinto tanta falta de ser filha. De ser amada incondicionalmente, de ter colo, carinho, afeto sem limites. Ninguém no mundo pode me dar o que eu preciso agora. Ninguém.
Sei que se vc estivesse aqui, eu poderia chorar e vc iria me amparar, sem me julgar. Iria me abraçar, secar minhas lágrimas e dizer que tudo ficaria bem. Que as portas do seu coração estariam abertas pra me receber, pra me aconchegar. E eu me sentiria segura e protegida. Teria a certeza de que daria conta desse furacão de sentimentos que está se formando dentro de mim, essa vontade louca de sair correndo. Porque nessas horas, só amor e palavras de mãe confortam. Só cheiro de mãe ajuda. E eu não posso ter isso...
Recebi um email de uma amiga falando dos desertos que temos que atravessar e que cabe a nós ficar ou buscar forças pra sair. Talvez esse seja um dos vários desertos que já tive que atravessar. E pra cruzá-lo, levo comigo, na minha cabeça e no meu coração, sua imagem, seu cheiro e suas palavras...
Saudades infinitas de você, mãe...
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