Mais uma vez vou reclamar da minha total falta de paciência.
Procuro fazer tudo certinho, tudo bonitinho, mas ultimamente tá fróids!
O estresse tem me levado à loucura. Eu olho minha cara no espelho e vejo uma expressão de pânico. Sabem aquelas mulheres doidas, descabeledas, com olheiras, com cara de amargura. Pois é... São fichinha perto da minha cara. FI-CHI-NHA! Isso é grave, triste.
Sempre quis ter filhos, ser mãe. Mas ultimamente ando questionando minha qualidade materna. Brinco no chão, dou colo, dou carinho, cuido de toda higiene, da saúde, educo, mas ainda assim eu tenho dois filhos que adoram um drama, uma crise.
O Gustavo está em uma fase crítica. Parece que o tal do "Terrible Two" chegou aos 15 meses. Ele grita, chora, se cospe, se joga. Nada tá bom. Se está no chão, quer colo. Quando pego, ele se joga pro chão. E daí começa uma gritaria sem fim. Já pensei até em comprar protetor auricular, porque ele berra com uma força, uma vontade.
As noites, que estavam tranquilas, com quase 12h de sono ininterrupto, viraram uma operação de guerra. Dia desses ele gritou e esbravejou das 20 às 1 da matina. Já estava exausta, achando que o guri nunca mais fosse pregar o olho. Ele estava agitado, parecia que tinham formigas na roupa dele. Quando ele começa a dormir, começava a sacolejar, abria o olhão e buááááááááááá! E eu com cara de pastel, sem saber o motivo de tanto escândalo.
Ana Luiza ganhou um quarto novo. Finalmente terminamos de pintar, montar armários. Agora estamos decorando e o cantinho dela tá ficando uma lindeza. Agora, caro leitor, pergunte se ela tá dormindo na sua cama?! Rá! Dorme, mas acorda 593 vezes pra ir pra nossa cama. Daí ficamos naquela sessão: vem pra cama-dorme-carrega pra cama dela-acorda-vem pra cama-dorme-carrega, tudo isso 593 vezes na madrugada. Cansa.
E com esses surtos noturnos do Gustavo a madrugada vira um pandemônio. Tô começando a ter pânico da hora de ir pra cama.
Daí que eu acordo um bagaço. E, com as noites de sono ruim, eles acordam cedo e mal humorados. E ficamos os três, com cara de bunda. Eu não posso choramingar, pega mal. Mas os dois... sangue de Jesus. É uma sinfonia de choramingos e gritos que dá vontade de arrancar os cílios com pinça. Gustavo foge porque não quer trocar de roupa, porque não quer trocar fralda. Quando finalmente cato o guri, ele se contorce feito uma minhoca eletrocutada e, se eu bobear, voa merda pelo quarto todo. Depois que ele tá pronto, que pode ficar livre, brincar, enfiar o dedo na tomada, etc, ele esperneia que quer me colo. JUSTO quando preciso arrumar a Ana e me arrumar.
Ana Luiza choraminga porque quer colocar o tênis de cadarço (que está enorme), porque a blusa rosa tá amassada, porque a calcinha do pinguim sumiu, porque o fulaninho da escola fez isso e porque quer mamá com Nescau. Assim, sem intervalo. Ela poderia narrar partida de futebol, porque tem um fôlego invejável. Pra pentear o cabelo só amarrando negociando.
Quando estão os dois, prontinhos, eu busco meu momento dignidade. Mas não dáááááááá! Eu tenho que me arrumar voando, me maquiar em tempo recorde e deixar o quarto menos zoneado em 5 minutos. Tô vendo o dia que vou chegar no escritório com as roupas do avesso e um sapato diferente em cada pé.
Não estou conseguindo fazer nada pra mim. NADA. Fico chateada por não "me curtir", mas o que mais me irrita é saber que eu não estou curtindo meus filhos. Que os momentos de birra tiram tanto a minha paciência que eu deixo de curtir os momentos legais com os dois. É frustrante, como mãe, escrever tudo isso. Porque quando a gente engravida, fantasia uma maternidade que nem sempre conseguimos realizar, que é muito mais fantasiosa do que real. Ter filhos é simples, a gente transa, a menstruação atrasa, a barriga cresce, o bebê sai e pronto. Tive um filho. Mas ser mãe é DIFÍCIL. Temos que lidar com todos os tipos de dificuldades, cuidar de filho doente, educar, dar afeto, dar limites. Ser mãe é totalmente instintivo. Nenhum manual te ensina a criar seus filhos (tudo bem que tem um monte de livros nas prateleiras que te prometem isso, mas é só uma pontinha das coisas que realmente passamos), a gente tem que estar ali, presente, buscando o melhor, nunca deixando a peteca cair. Pra criar gente bacana e honesta, não basta comprar enxoval da melhor qualidade, tem que dar uma base de melhor qualidade.
Talvez meu texto tenha ficado meio estranho, confuso, mas acho que a maioria das mães vai entender. :)
E, enquanto isso, eu sigo instintivamente buscando o equilíbrio pra mim, procurando a paciência que parece ter se esgotado...rs
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Juliana Ribeiro.